sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Da Memória



" A minha casa não precisa de tempo.

O coração basta se quiser tocar no coração do outro."




Adaptado de um poema de Luis M.

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Do Amor

Nas palavras e na voz agri-doce de Chico...:
"O que será , que será?
Que andam suspirando pelas alcovas
Que andam susurrando em versos e trovas
Que andam combinando no breu das tocas
Que anda nas cabeças, anda nas bocas
Que andam acendendo velas nos becos
Que estão falando alto, pelos botecos
E gritam nos mercados, que com certeza
está na natureza
Será, que será?
O que não tem certeza, nem nunca terá
O que não tem concerto, nem nunca terá
O que não tem tamanho...
O que será, que será?
Que vive nas ideias desses amantes
Que cantam os poetas mais delirantes
Que juram os profetas embriagados
Que está na romaria dos mutilados
Que está na fantasia dos infelizes
Que está no dia-a-dia das meretrizes
No plano dos bandidos, dos desvalidos
Em todos os sentidos...
O que será, que será?
O que não tem decência, nem nunca terá
O que não tem censura, nem nunca terá
O que não faz sentido...
O que será, que será?
Que todos os avisos, não vão evitar
Porque todos os risos vão desafiar
Porque todos os sinos irão repicar
Porque todos os hinos irão consagrar
E todos os meninos vão desembestar
E todos os destinos irão encontrar
O que não tem governo, nem nunca terá
O que não tem vergonha, nem nunca terá
O que não tem juízo..."
Chico Buarque

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Da Beleza

" Era uma vez um camponês gordo e feio
que se tinha apaixonado (porque não?)
por uma princesa bonita e elegante...
Um dia, a princesa -vá lá saber-se porquê-
deu um beijo ao camponês gordo e feio...
E, magicamente, este transformou-se
num príncipe esbelto e ataviado.
(Pelo menos, era assim que ela o via...)
(Pelo menos, era assim que ele se sentia...)"
Jorge Bucay

quinta-feira, 22 de maio de 2008

Do Encontro

Será como a beleza: Acordo entre o conteúdo e a forma, amante de todo o tempo. Vinho encorpado, serpente tatuada no pulso, dançarina de vidro, nó de cores.

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Da Gula

SIBARITA (ou como pegar fogo ao gelo)
  • 6 crepes
  • 2 chávenas de figos frescos
  • 4 colheres de sopa de açucar em pó
  • 4 colheres de sopa de nozes moídas
  • 2 colheres de chá de conhaque
  • 1 pitada de noz moscada
  • 6 colheres de sopa de chantilly

Bom Apetite!

segunda-feira, 31 de março de 2008

Do Gosto

Gosto de abraçar árvores. Gosto de bosques e de magia. Gosto de andar descalça. Gosto da minha família. Gosto de mergulhar no mar. Gosto de dançar. Não gosto de cinzento. Gosto do silêncio. Não gosto de pessoas incompetentes. Gosto do meu trabalho. Não gosto de burocracias. Gosto de estrelas. Não gosto de violência. Gosto do cheiro das pessoas e das coisas de que gosto. Não gosto de "dramas". Gosto de teatro. Não gosto que me iludam. Gosto de mãos. Gosto de cantar. Gosto de música e de poesia. Gosto de tirar fotografias. Não suporto touradas. Gosto de lobos, de baleias, de elefantes, gorilas, condores e serpentes. Gosto de todos os seres vivos, de forma geral. Não gosto de quem se tenta impor à força. Gosto da diversidade. Não gosto de armas. Gosto da intimidade. Não gosto que intimidem. Gosto de chuva num dia de calor. Gosto de chorar. Gosto de abraços. Não gosto de desencontros. Gosto e não gosto de ter saudades. Gosto de Lisboa antiga. Não gosto de gente sonsa. Não gosto de lampreia. Gosto de acreditar. Não gosto de ventanias, mas gosto da brisa. Não gosto de quem não luta pelo que quer. Não gosto de ir a serviços públicos. Gosto de pedras. Gosto de cores fortes. Gosto de massagens. Não gosto de vozes agudas. Não gosto de ficar com coisas por dizer. Não gosto que me mintam. Gosto de livros. Gosto de Portugal. Não gosto de hipócritas. Gosto de tesouros. Gosto de cartas. Gostava de viajar mais. Gosto de estar envolvida em projectos. Não gosto de ter medo. Não gosto de notícias deprimentes. Não gosto de fundamentalismos, nem de dogmas. Gosto de fazer perguntas. Gosto de amar e gosto que me amem. Não gosto de muros. Gosto deste ritual jamais completo, da utopia que nos faz andar para a frente...

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Do Princípio...




"Mas desta alVa que rompe, a alvuRa envia
reptos de luZ, raios de Amor, coNvite
A que aqueCendo a fria lituRgia
Da prateaDa rima, o ouRo cite"



Natália Correia